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Índice de verbetes


Pierre-Gaëtan Leymarie



Pierre-Gaëtan Leymarie (2 de maio de 1827, Tulle, França – Paris, 10 de abril de 1901) foi um dos protagonistas do movimento espírita da primeira geração, também confrade de Allan Kardec na Sociedade Parisiense de Estudos Espíritas, da qual era um dos médiuns, e depois administrador da Sociedade Anônima (entidade destinada a dar continuidade às obras doutrinárias de Kardec) e da Revista Espírita, cuja gestão foi fortemente criticada por boa parte dos seus contemporâneos espíritas, sob a alegação de que Leymarie, dentre outros desvios doutrinários, estaria abrigando ideias estranhas à codificação kardequiana, tais como as da Teosofia e do Roustainguismo, além de ter se envolvido com publicações fraudulentas de fotografias mediúnicas, de que foi judicialmente condenado e preso. Era alfaiate de profissão, casado com Marina Duclos e pai de dois filhos: Jeanne e Paul, este que mais tarde o sucederia na direção da Revista Espírita.


Pierre-Gaëtan Leymarie (1827-1901)



Origens

Leymarie nasceu em uma família humilde de Tulle, capital do departamento de Corrèze, entre o centro e o Sul da França. Por força das necessidades econômicas, largou os estudos e seguiu para Paris em busca de trabalho. De lá, por ter se envolvido com movimentos políticos em favor de ideias republicanas, acabou sendo exilado, fixando-se na Bélgica, depois do golpe de Estado de 1851 pelo qual Napoleão III se consagrou imperador francês. O início e o fim desse exílio são ignorados, mas é certo que ele estava em Paris em 19 de setembro de 1861 — dia em que se casou com Marina Augustine Duclos, sua fiel companheira até a morte.

A propósito desse exílio, encontram-se certas referências que ele também teria passado um tempo refugiado no Brasil, porém, ignoramos qualquer fonte segura que ateste tal ocorrido. O livro Le spiritisme (1989) de Régis Ladous, por exemplo, diz que “Ele se exilou no Brasil, onde começou a espalhar o espiritismo” — o que é improvável, já que o lançamento da Doutrina Espírita data de seis anos após aquele golpe de Estado, além do que, segundo declaração do próprio Leymarie, só depois de retornar ao país natal é que ele tomou conhecimento daquela nova doutrina; daí por diante, de "nadista", "liberalista" e "ateu", tornou-se espírita (Le Monde Invisible, Jules Bolis, p. 309).

Um segundo afastamento de Paris se deu por ocasião de quando foi estourada a Guerra Franco-Prussiana (1870-1871). De volta à capital francesa, Leymarie assumiria o principal posto na gestão do movimento espírita, sendo-lhe confiada a missão de dar continuidade às obras doutrinárias de Kardec — gestão essa, todavia, bastante criticada, como veremos a seguir.


Espírita, médium e membro da SPEE

Sobre como teria saído do ateísmo para se tornar espírita convicto, o próprio Leymarie teria contado:

"Eu o conheci [o espiritismo] de forma muito estranha. Jovem, eu era ‘nadista’. Refugiados na Bélgica, pregávamos o liberalismo e o ateísmo para algumas pessoas. De retorno a Paris, o acaso me levou a um dentista na Cité Bergère. Enquanto examinava minhas gengivas, ele me contou de suas relações constantes com os espíritos. Besteira! — eu pensei. Mas quando meu dente doente foi enfaixado, meu ceticismo relaxou. ‘Venha comigo à casa de Allan Kardec’, disse o artista, guardando seu estojo. O que reserva o destino? Tem um dente estragado, meu senhor! Chegado no círculo espírita, qual não foi o meu espanto quando fui dado logo o título de médium! Eu ainda não suspeitava que eu estava escrevendo automaticamente frases inteiras que para mim eram desconhecidas. Desde aquele dia eu era um adepto"
Le Monde Invisible, Jules Bois - 7ª parte

Leymarie aparece nas obras da codificação espírita como médium e membro da Sociedade Parisiense de Estudos Espíritas (SPEE), além de participante do grupo familiar de estudos mediúnicos de Desliens — outro personagem que viria a se destacar nas atividades espíritas em sucessão a Kardec, logo após a desencarnação deste.

Foi intermediário de notáveis comunicações espirituais, que Allan Kardec publicizou em algumas edições da Revista Espírita. A mais antiga delas é de fevereiro de 1862, ditada pelo Espírito Baluze, que, discorrendo sobre os milagres, contém este trecho: “Postos em relação com esta lei de Deus chamada progresso, não mais procurareis, no prestígio dos grandes nomes, que são como mitos da Antiguidade, uma resposta e um escolho contra o Espiritismo, que é a revelação verdadeira, a fé, a ciência nova que consola e fortifica.”

Numa outra ocasião, o médium Leymarie foi o portador da mensagem transcrita adiante:

"Por toda parte as heresias e as más ações! As boas intenções, viciadas em seu princípio, caem uma a uma, semelhantes a esses belos frutos, cujo cerne um verme rói e o vento lança por terra. A clareza nos argumentos, no saber, acaso teria escolhido domicílio nas academias, entre os filósofos, os jornalistas ou os panfletários?... Ao que parece, poder-se-ia duvidar, vendo-os, a exemplo de Diógenes, de lanterna à mão, procurar uma verdade em pleno sol.
“Luz, claridade, sois a essência de todo movimento inteligente! Logo inundareis com os vossos raios benfazejos os mais obscuros refolhos desta pobre Humanidade; sois vós que tirareis do lamaçal tantos terrícolas pasmados, embrutecidos, Espíritos infelizes que devem ser purificados pela instrução, pela liberdade e, sobretudo, pela consciência de seu valor espiritual. A luz expulsará as lágrimas, as penas, os sombrios desesperos, a negação das coisas divinas, todas as más vontades! Sitiando o materialismo, ela o forçará a não mais se abrigar por trás dessa barreira factícia, carcomida, de onde arremessa desajeitadamente suas flechas contra tudo quanto não é obra sua.

“Mas antes de aconselhar e ensinar, começai primeiro por esclarecer os menores recônditos de vossa alma. Quando, bastante depurados para nada temer, puderdes elevar a voz, o olhar, o gesto, fareis uma guerra implacável à sombra, à tristeza, à ausência de vida; ensinareis as grandes leis espíritas aos irmãos que nada sabem do papel que Deus lhes assinala.”

Revista Espírita - fevereiro, 1867

Em Obras Póstumas, encontramos a transcrição da mensagem intitulada 'Marcha gradativa do Espiritismo – dissidências e obstáculos', recebida em 27 de abril de 1866, pela mediunidade de Leymarie, em sua residência, contendo o seguinte fragmento: “O Espírito formado na escola do trabalho sai dela mais forte e mais apto para as grandes coisas. Aos que desfalecem, ele diz: coragem e, como suprema esperança, lhes deixa entrever, mesmo aos mais ingratos, um ponto de chegada, ponto salutar, caminho assinalado pelas reencarnações.”

Pelos registros históricos, era um membro bastante dedicado à SPEE e tinha boas relações com o codificador espírita, que ele respeitosamente chamava de "Mestre": num bilhete datado de 20 de abril de 1866 ele justifica previamente sua ausência na reunião regular da sociedade que aconteceria naquele dia:

"Mestre
“Não posso estar no meu posto esta noite. Madame Leymarie deu à luz a uma criança morta nascida ontem de noite, quinta-feira, às 11 horas, após grandes sofrimentos. A doença de minha jovenzinha havia perturbado tanto a Sra. Leymarie que a criança estava morta após 8 ou 10 dias. Graças a Deus, a mãe está se recuperando bem, mas quando penso nas consequências de uma gestação de 8 meses com uma criança morta, eu me curvo à vontade divina que poderia ter me provado terrivelmente. Peça desculpas à nossa querida sociedade e meus respeitos à senhora Allan Kardec.
“Seu todo devotado médium, P.-G. Leymarie.”

Bilhete de Leymarie a Kardec


Administrador da Sociedade Anônima

Após o falecimento do codificador espírita (31 de março de 1869) a viúva Kardec começou a pôr em prática os planos do seu esposo em favor da propagação da sua doutrina; uma das providências foi criar uma instituição que pudesse legalmente receber e administrar recursos financeiros destinados à causa, dentre os quais os direitos autorais das obras literárias espíritas de Kardec e a Livraria Espírita. Esta entidade — Sociedade Anônima sem fins lucrativos e de capital aberto da caixa geral e central do Espiritismo, ou simplesmente Sociedade Anônima — foi oficialmente instituída em 3 de julho de 1869, tendo como administradores Desliens, Auguste Bittard e Tailleur, figurando-se Amélie Gabrielle Boudet como conselheira superior. Dois anos mais tarde, Leymarie estaria na direção desta Sociedade, bem como da Revista Espírita, em substituição a Desliens, que assinou sua carta de renúncia em 27 de junho de 1871, alegando problemas de saúde.


O processo dos espíritas

Tudo transcorria sem nada de excepcional na direção das atividades espíritas da Sociedade Anônima e seu jornal até meados de 1875, quando explodiu um escândalo que ficaria conhecido como “O processo dos espíritas”: Leymarie foi levado aos tribunais sob a acusação de participação na fraude de fotografias que supostamente registravam imagens de seres espirituais ao lado de pessoas comuns (normalmente parentes) que posavam para dois fotógrafos — Édouard Buguet e Alfred Firman — que se autoproclamavam médiuns; pesava contra Leymarie a publicação e fomentação dessas fotografias na Revista Espírita, da qual ele era redator-chefe.


Pierre-Gaëtan Leymarie (1827-1901) Entre o Sr. Leymarie (à esquerda) e M. C. (que está coberto por um véu fluido) surgiu um personagem que Leymarie reconheceu ser o Sr. Edouard Poiret, seu amigo, morto há doze anos em Pimprez, Oise.


Leymarie foi condenado a um ano de prisão (abril de 1875 a abril de 1876) e ao pagamento de quinhentos francos de multa. Encarcerado, ele redigiu uma carta à Suprema Corte atestando, perante a sua consciência e os seus filhos, a sua inocência e se mostrando confiante na decisão final daquele tribunal, que julgava uma apelação. Enquanto isso, ele recebia mensagens de solidariedade vinda de várias partes do mundo, inclusive do Brasil; era uma espécie de mártir e, para seus correligionários, sua condenação estava sendo interpretada como um atentado contra a própria Doutrina Espírita. Ainda que preso e impossibilitado de exercer diretamente suas funções, seu nome foi mantido como administrador da Sociedade Anônima e da Revista Espírita, conforme assembleia geral — embora houvesse dentre as personalidades espíritas quem já se opusesse àquela permanência.

Enfim, cumprida a sentença, ele foi liberto e pôde então retornar às suas atividades.


Retorno às atividades e enfrentamento com a UEF

Ele realizou diversas viagens para a divulgação da doutrina, incluindo no roteiro Bélgica, Espanha e Itália. Participou como delegado do I Congresso de Bruxelas; foi um dos presidentes do Congresso Espírita de Barcelona, em 1888, e ele mesmo, em 1889, organizou o I Congresso Espírita da França.

Em 1890 ele, selecionou parte do acervo de arquivos espíritas de Allan Kardec e a publicou no livro Obras Póstumas, de cujo subtítulo "É preciso propagar a moral e a verdade" e a subinscrição "Contendo escritos inéditos do Codificador Espírita compilados pelos dirigentes da Sociedade Parisiense de Estudos Espíritas".

Ver: Obras Póstumas

Por esse tempo, porém, uma franca oposição a Leymarie havia se formado, o que ficou mais evidente após principalmente o falecimento da viúva Kardec; ele foi duramente criticado pela forma como se apossara da herança do casal Kardec, além de ser acusado de desviar-se doutrinariamente dos princípios kardecistas em favor de ideologias outras, quais a Teosofia de Helena Blavatsly e o Roustainguismo de Jean-Baptiste Roustaing, então patrocinado por Jean Guérin.

No núcleo dessa oposição estavam Berthe Fropo, Gabriel Delanne e o casal Sophie e Michel Rosen; estes, para fazer frente à Sociedade Anônima de Leymarie (agora renomeada para Sociedade Científica do Espiritismo), fundaram uma nova instituição: União Espírita Francesa (UEF), e um novo jornal: O Espiritismo (Le Spiritisme), como alternativa à Revista Espírita.

Para denunciar os ditos abusos de Leymarie, Berthe Fropo chegou a publicar em 1884 uma brochura, de produção independente, intitulada Muita Luz (Beaucoup de Lumière), que é um desdobramento do retumbante artigo 'Um pouco de luz' (Um peut de lumière), por ela assinado e que foi publicado no jornal da UEF, edição da 2ª quinzena de outubro de 1883. Em defesa de seu administrador, a Sociedade Científica do Espiritismo publicou Ficções e Insinuações – Reposta à brochura Muita Luz (Beaucoup de Lumière), pontuando cada acusação de Fropo como uma ficção, contra a qual apresenta uma alegação. Esta réplica foi fortemente incitada por uma carta do filósofo maçom Charles Fauvety, amigo de Leymarie, que aparece na brochura como uma espécie de prefácio, do qual reproduzimos um extrato:

"Desejo que, ao desabar, não esmague ninguém, nem mesmo os dedos femininos que trabalharam nesta triste tarefa.
"Entretanto, é preciso acabar com isso. Desde muito tempo uma surda conspiração incubada no seio do espiritismo se dedica a vos demolir na mente daqueles que se aproximam de vós. De minha parte, muitas vezes tive que alertar as pessoas que vos atacavam a fim de articular contra vós um fato que possivelmente provaria que vós não sois um homem honesto. Nunca cheguei a alcançar que eles respondessem categoricamente a uma tal questão. Acrescentai, no entanto, que se alguém pudesse me provar isso, eu me afastaria de vós muito prontamente, sem cerimônia e com clareza. Há cinco anos vos tenho examinado e, se descobri defeitos em vós, estes não são daqueles que podem vos fazer perder a estima das pessoas honestas. Não quero fazer aqui vossa apologia e falar de vossas qualidades, vossas virtudes como homem privado e chefe de família. Esperemos que estejais morto para vos render justiça, e outros além de mim então o farão livremente."
Charles Fauvety
Ficções e Insinuações: resposta à brochura Muita Luz, Sociedade Científica do Espiritismo


Pierre-Gaëtan Leymarie (1827-1901)



O caso A Gênese

O nome de Pierre-Gaëtan Leymarie foi envolvido também em outra polêmica caseira: através do artigo 'Uma infâmia', publicado no jornal O Espiritismo da UEF (1ª quinzena de dezembro de 1884), Henri Sausse acusa-o de ter adulterado o conteúdo original do livro A Gênese, os Milagres e as Predições segundo o Espiritismo de Allan Kardec a partir da 5ª edição desta obra, datada de 1873. Sem economizar acidez, Leymarie respondeu pela Revista Espírita daquele mesmo mês, negando a acusação, a que chamou de “continuação das ficções e insinuações”:

"Há dois anos nos sucede que viajantes caluniadores semeiam em seu caminho toda espécie de invenções, e que algumas pessoas de boa-fé se têm deixado surpreender pelo aprumo dessa pobre gente. Deixávamos que fizessem isso, por sabermos bem que o que é contrário à verdade cai por si mesmo diante do mais simples exame.
"Pouco escrupuloso e de comum acordo com a autora de Beaucoup de lumière, o Sr. H. Sausse preferiu servir-se de meios inqualificáveis; fez um artigo que lhe cai sobre a cabeça como a pedra do urso, já que Allan Kardec tinha todo o direito de corrigir a si mesmo devido à sua dupla qualidade de autor e de proprietário do volume da Gênese, sem cometer UMA INFÂMIA, e é com esse título estranho que o periódico Le Spiritisme, órgão da UNIÃO Espírita Francesa??... inseriu esse artigo, ajudando, assim, a continuar a série de insinuações enganosas."
Revista Espírita - dez. 1884: ‘Continuação de Ficções e Insinuações’

Também apresentou diversos dados e testemunhos de profissionais envolvidos na produção gráfica das tiragens do livro (os senhores Rousset e Rouge), e mais tarde Desliens (administrador da Sociedade Anônima), atestando que a nova edição obedecia fielmente à revisão na qual seu legítimo autor havia trabalhado pouco antes de falecer.

Em seguida a essa refutação, Sausse justificou a denúncia alegando ter colhido a informação da suposta adulteração de um amigo de Leymarie, e, enfim, não mais recorreu à questão. O fato de mais tarde Henri Sausse ter usado a edição revisada como referência em seus artigos é uma sinalização de que talvez tenha se convencido do equívoco daquela acusação.

Ver: A Gênese, os Milagres e as Predições segundo o Espiritismo.


Desvios doutrinários de Leymarie

A gestão Leymarie à frente do espólio de Kardec foi abertamente atacada por kardecistas de sua geração sob várias justificativas, sendo a primeira, e talvez a mais grave, o fato de ele reduzir — segundo seus opositores — a um mero projeto comercial o que deveria ser a condução do movimento doutrinário, e, à vista de seus interesses particulares, ter se apropriado dos recursos que deveriam ser destinados exclusivamente à propagação do Espiritismo, não seguindo o planejamento feito por Kardec para a sua sucessão. Sobre isso, Fropo escreveu:

"Gostaria também de lembrá-los que o Sr. Allan Kardec pretendia fazer de uma parte de sua propriedade, um asilo para os espíritas idosos (Desejo que ele expressou no projeto de constituição do Espiritismo — Revista de 1868, páginas 375 e 387 — e sobre o qual ele falou comigo muitas vezes). Agora venho, em nome do meu amigo tão lamentado, exigir a execução de seus desejos (...)
"Esta propagação não pode ser eficaz, a menos que os livros do mestre sejam baratos, foi o desejo de sua viúva, ela se impôs, apesar de sua adiantada idade, as mais difíceis privações, de modo a deixar uma fortuna real para o Espiritismo, aceitando comprometer sua saúde, já tão delicada, e ser tratada como uma avarenta para alcançar o objetivo que ela propôs a si mesma: o de divulgar a instrução moral e intelectual entre os seguidores pobres do Espiritismo, para ver crescer a obra de seu marido..."
Le Spiritisme - 2ª quinzena de out. de 1883: ‘Um pouco de luz’

Pesa sobre ele também a acusação de não prestar contas à viúva Kardec — que era a diretora maior da Sociedade Anônima. Segundo Fropo, o descaso do mandatário para com ela a perturbou tanto que Amélie precisou evitar se envolver com os negócios espíritas para não agravar seu estado de saúde já um tanto debilitado.

Igualmente provocou contrariedade na comunidade kardecista a troca do nome Livraria Espírita por "Livraria de Ciências Psicológicas", ocorrida em julho de 1878. Depois, foi a vez da Sociedade Anônima para a continuação das obras espíritas de Allan Kardec ser rebatizada como "Sociedade Científica do Espiritismo", em 1 de agosto de 1883, sobre o que indagou Fropo: “Por que essa evolução? O que se pretendia fazer, removendo o nome do fundador, o mestre que vocês diziam ser tão respeitado e tão venerado?” A propósito, a ideia de criar uma livraria própria, com as prerrogativas de editora e gráfica, surgiu para Kardec como uma solução para baratear o custo da produção dos livros espíritas e então oferecê-las ao público por um preço mais acessível. Porém, ele não alcançou o tempo de desfrutar desse empreendimento, vindo a falecer justamente no dia anterior da inauguração da livraria. Baratear o valor das obras para disseminar mais as ideias doutrinárias era a recomendação expressa deixada por Kardec e sua esposa; Leymarie, infelizmente, não levou a efeito tal projeto.

Supostamente por interesses materiais, o novo chefe do Espiritismo foi ainda acusado de contaminar a Sociedade que dirigia de práticas místicas e contraditórias à doutrina espírita, inclusive abrindo espaço na Revista Espírita para artigos de ideologias estranhas aos princípios kardequianos. É fato, contudo, que “coisas estranhas” estavam sendo ali acopladas. A edição de novembro de 1882 da referida revista, por exemplo, faz a divulgação de um “batismo espírita”, em cuja cerimônia se pedia aos bons Espíritos que santificassem aquele ato, que ensejou a manifestação de um Espírito (o avô do menino que estava sendo batizado) dizendo, entre outras coisas: “Jesus, que veio à Terra para ensinar-nos a sofrer... Que os assistentes e o recém-nascido saibam sofrer sem queixas, pois conhecem a lei ou são chamados a conhecê-la, e receberão o verdadeiro batismo, voltando depois desta existência à luz, e a Deus...” Doutra feita, a edição de maio de 1886 notifica os leitores de uma sessão de horóscopo realizada na sede da Sociedade Científica do Espiritismo, quando então foram feitos experimentos e estudos muito curiosos sobre quiromancia e astrologia. Diz o artigo:

"Com a simples declaração da data de nascimento, o Sr. Eve de Rio dá a cada pessoa algumas informações sobre seu caráter, suas aptidões e seus destinos... A base de seus cálculos está na posição das estrelas na data indicada. Ele complementa suas revelações examinando as linhas da mão..."
Revista Espírita - maio, 1886: 'Séance d’horoscoes, par M. Eve de Rio'

A edição de setembro de 1878, pelo artigo ‘Estudos sobre o Materialismo’, faz apologia ao Sr. Alphonse Cahagnet, reputado ali como “um dos fundadores do Espiritismo”, apesar de ser público e notório que Cahagnet era um crítico de Kardec e franco-opositor à lei de reencarnação.


Leymarie e a teosofia

Causou mais espanto e revolta no meio espírita de seu tempo o envolvimento de Leymarie com um movimento vindo dos Estados Unidos, que no final da década de 1870 ganhava corpo na França e restante da Europa, propondo sobrepor-se ao Espiritismo na explicação dos <{Fenômeno Espiritual">fenômenos espirituais de então: a Teosofia, nos moldes de Helena Blavatsky e Coronel Olcott. Apesar de revestir-se de filosofia ultramoderna, aquele movimento teosófico era todo envolto de crenças místicas e práticas ocultistas cujos conceitos nunca eram claramente definidos (seu título secundário é “doutrina secreta”), embora fosse admitido pelos teosofistas a negação absoluta de certos princípios fundamentais espíritas, por exemplo a necessidade e objetivo das reencarnações.

O lançamento da Sociedade Teosófica de Nova Iorque, criada por Blavatsky e Olcott em 30 de março de 1877, foi celebrada pela Revista Espírita já na edição daquele mês da fundação da entidade. Desde então, o jornal da Sociedade dirigida por Leymarie passaria a divulgar “a novidade” da nova doutrina, que não tardaria a criar filias mundo afora, inclusive uma em Paris, com a participação de celebridades espiritualistas e espíritas, dentre os quais Pierre-Gaëtan Leymarie e Camille Flammarion.

Se não estavam bem claras as relações firmadas entre a sociedade teosófica e a sociedade espírita que Leymarie dirigia, nada tinha o que esconder a Sociedade Científica de Estudos Psicológicos, fundada em maio de 1878, cuja sede era o número 5 da Rua des Petits-Champs — exatamente o mesmo endereço da sociedade presidida por Leymarie, e que ele mesmo deu a conhecer num artigo sobre a retrospectiva do ano 1878 que ele assinou e publicou na Revista Espírita de janeiro de 1879, ilustrando:

"Pelo órgão do coronel Olcott e de Madame Helena Blavatsky, representantes estimados da grande doutrina com seus escritos eruditos, a Sociedade Teosófica de Nova York se liga de intenções conosco e com a Sociedade Científica de Estudos Psicológicos, que foi fundada em maio de 1878."
Revista Espírita - jan. 1879

De outra vez, Leymarie teria bancado — com recursos da sociedade espírita — a tradução para o francês do livro Ísis sem véu de Helena Blavatsky (um calhamaço de 1.200 páginas) cujo conteúdo traz esta pérola frontalmente antikardecista: “Reencarnação, ou o aparecimento de um mesmo indivíduo, ou melhor, de sua Mônada Astral duas vezes no mesmo planeta, não é uma regra na natureza, mas uma exceção (grifos nossos), como o fenômeno teratológico de um bebê de duas cabeças.” E como se não bastasse, esse investimento nem foi aproveitado:

"E quando finalmente Leymarie apresentou a Blavatsky a tão esperada tradução feita pelo esforçado Fortis, dizendo ele por carta que o profissional, diante de uma obra tão complexa e subjetiva, poderia ter interpretado mal os seus pensamentos, imediatamente ela atirou os originais no fogo, com o pretexto de que o tarimbado tradutor francês não conhecia a sua Teosofia (...)
“Possivelmente, dinheiro kardecista atirado no fogo... Da inquieta Madame Blavatsky."
Em Nome de Kardec, Adriano Calsone - ‘Financiamento Espírita de Ísis sem véu’

Depois que ficou mais claro as adversidades doutrinárias entre o Espiritismo codificador por Allan Kardec e a Teosofia, Leymarie se esforçou para mostrar-se longe daquela moda nova: na brochura , respondendo à crítica de Berthe Fropo de que ele seria membro da Sociedade Teosófico e o presidente da sua seccional na França, lê-se a defesa em seu nome:

"O Sr. Leymarie não é nem será ADEPTO da Sociedade Teosófica (...)
“Os Teosofistas parisienses sabem muito bem que o Sr. Leymarie não é partidário de sua doutrina. Ele permanece Espírita — pura e simplesmente. Ele não pode ser seu Presidente. A autora de Muita Luz clareou mal sua lanterna.
“Tendo por base o Espiritismo, tal como ensinado por Allan Kardec, os discípulos desse Mestre podem abordar tudo o que interessa a sua crença; nada pode afetar sua sólida base. Nossa doutrina, que pode suportar todas as contradições, se assemelha àquilo que é progressivo, racional, digno de estudos sedimentados, e rejeitará aquilo que lhe é contrário."
Revista Espírita -

No entanto, há rastros históricos sólidos ligando, em algum momento, Leymarie ao movimento teosófico. Uma demonstração emblemática é o seu discurso feito durante as exéquias do célebre magnetizador Barão Du Potet, “em nome da Sociedade Teosófica”, conforme veiculado na Revista Espírita de agosto de 1881, informação ratificada pelo jornal inglês The Spiritualist Newspaper de 14 de outubro daquele ano. Posteriormente, o periódico O Teosofista (fevereiro de 1905) registrou que “(...) em cooperação com alguns amigos, o Sr. Leymarie formou um ramo da nossa Sociedade, mas não teve uma existência muito prolongada, e como ele não podia se soltar de seu espiritismo ortodoxo, a conexão foi finalmente descartada.”

De qualquer modo, as ideias teosóficas não foram bem aceitas no meio espírita, conforme a avaliação de Sophie Rosen, membro da diretoria da UEF:

"(...) o Teosofismo, é fácil convencer de sua incompatibilidade com nossas íntimas convicções. A recepção que ele recebeu dos verdadeiros espíritas nas assembleias dos dias 6 e 21 de março último [1883] denota a impossibilidade se transplantá-lo para o Espiritismo. Quando dados fundamentais estão em oposição entre elas, pode, deve aí haver tolerância mútua entre crenças respectivas; mas a verdade provada, no menor dos seus domínios, é inimiga de concessões. As perguntas das pessoas podem dobrar, o princípio demonstrado permanece inflexível diante de um outro que nada afirma. Desse lado, por isso, a defesa é relativamente fácil. Durante cinco anos, nós temos solicitado ao Teosofismo sua base racional, mas ele não pôde nos fornecê-la. A situação, como se vê, está perfeitamente nítida."
J.-B. Roustaing diante do Espiritismo, UEF – ‘Uma ameaça no horizonte’


Leymarie e o Roustainguismo

A criação da Sociedade Científica de Estudos Psicológicos — que era toda eclética e independente, embora compartilhasse a mesma sede com a sociedade espírita dirigida por Leymarie — deu abertura para mais uma controversa doutrina se infiltrar no movimento espírita: o Roustainguismo, sob os auspícios de duas influentes personagens: o dito livre-pensador espiritualista Charles Fauvety, dirigente daquela entidade; e Jean Guérin, o executor testamentário do próprio Jean-Baptiste Roustaing, o fundador daquela doutrina que se oferecia como “a revelação da revelação”.

Fauvety entrara em desacordos doutrinários com os teosofistas e então passou a abraçar os conceitos roustainguistas fomentados por Guérin, que havia herdado boa parte dos bens de Roustaing a serem destinados à propaganda da obra basilar desse movimento: Os Quatro Evangelhos: Espiritismo Cristão ou Revelação da Revelação (dividida em três volumes, 1866), pelo que efetivou a estratégia de vincular-se ao movimento espírita e a partir daí disseminar as ideias da filosofia roustainguista, dita “Espiritismo cristão”. Guérin trouxe recursos financeiros para a sociedade espírita de Leymarie e esta retribuiu, por exemplo, abrindo espaço na Revista Espírita para artigos de interesse dos roustainguistas, começando com a edição de maio de 1879, que já na primeira página noticiava que o Sr. Guérin estava prestando uma homenagem “graciosa e gratuita” aos espíritas assinantes daquela revista ao oferecer um exemplar da “bela e notável” obra Os Quatro Evangelhos de Roustaing, bastando a assinante interessado apenas cobrir as despesas do envio. À vista disso, Fropo vai denunciar, muito indignada:

"Sr. Leymarie, para agradar ao Sr. Guérin, por quatro anos, nos tem enchido os ouvidos de seus Evangelhos de Roustaing, seja na Bélgica, seja na França. Ele não cessava de falar da profundidade dessa obra. Meu Deus, para os espíritos sem juízo, tudo que é obscuro parece profundo! Foi ele também que deu os endereços de todos os assinantes da Revista e foi assim que o Sr. Guérin, o executor testamentário do Sr. Roustaing, pôde nos enviar essa lamentável elucubração."
Muita Luz (Beaucoup de Lumière), Berthe Fropo – ‘Como o Espiritismo é dirigido’

Segundo a União Espírita Francesa, Leymarie, Fauvety e Guérin seriam os responsáveis pela publicação do opúsculo Os Quatro Evangelhos de J.-B. Roustaing: resposta a seus críticos e a seus adversários (1882) um tratado que além de defender as ideias roustainguistas, como se presume pelo título, expõe críticas abertas a Kardec, alegando a propósito de obra deste: uma pretensa falibilidade, uso parcial do critério do controle universal do ensino dos Espíritos e sua ignorância quanto ao significado do termo docetismo, utilizado em A Gênese.

"A revelação feita pelos Espíritos superiores, tendo em vista a obra dos quatro Evangelhos explicados em espírito e verdade, está em conformidade com as modernas descobertas da ciência, com todas as asserções dos investigadores que citamos. Allan Kardec ignorava esse fato, ou o conhecia superficialmente; ele provavelmente não sabia também o que era o Docetismo."
J.-B. Roustaing diante do Espiritismo: resposta a seus alunos, UEF – ‘Resposta ao artigo de Allan Kardec’

A União Espírita Francesa reagiu publicando uma brochura em resposta àquela, pela qual, seu presidente, Gabriel Delanne, assim se exprimiu:

"Terminando diremos que os discípulos (?) do Senhor Roustaing teriam feito bem em dar o exemplo da concórdia e da fraternidade não publicando uma brochura onde estão contidos, contra o fundador da filosofia espírita, ataques tão injustos quanto violentos."
Idem - ‘Resposta ao Sr. Guérin’


Fim da Sociedade Anônima e o legado de Leymarie

A Sociedade Anônima criada para dar continuidade às obras espíritas de Allan Kardec sofreu alguns baques financeiros e acabou abrindo um processo de falência em 1895, agravado três anos mais tarde, quando parentes distantes da Sra. Kardec conseguiram na justiça a anulação do testamento da Amélie Boudet; a conclusão do processo saiu em 1901, pouco antes do falecimento de Leymarie, que foi condenado a devolver os bens, móveis e imóveis, e a prestar contas de todos os valores de alienação que recebeu e respectivos frutos.

Nesse ínterim, ele já havia fundado a sua “Livraria Leymarie” (1895), portando para lá o que restou dos arquivos doutrinários de Kardec, boa parte dos quais, depois de passarem pela administração dos seus herdeiros, mais tarde viriam a compor o acervo do Dr. Canuto Abreu e do Museu Virtual do Espiritismo — base para o Projeto Allan Kardec da Universidade Federal de Juiz de Fora, Minas Gerais.


Leymarie, sua esposa Marina e seu filho Paul


Com a morte de Leymarie, a 10 de abril de 1901, além dos arquivos doutrinários de Kardec, sua família continuou à frente da Revista Espírita. A edição de maio seguinte principia com o seu necrólogo, do qual recortamos os trechos seguintes:

"Nosso caro e venerado diretor Sr. Pierre-Gaëtan Leymarie desencarnou nesta sexta-feira 10 de abril, sucumbindo a uma longa e cruel enfermidade que acabou derrubando sua robusta constituição, mas deixando intacto até o fim sua alma enérgica e viril.
“Com a morte do Sr. Leymarie, a publicação da Revista Espírita não será interrompida. Um grupo devotado de colaboradores permanece unido à Sra. Leymarie para continuar com ela a tarefa começada por Allan Kardec e continuada pelo Sr. Leymarie. Com a assistência desses dois valorosos espíritas e com a ajuda de Deus ela espera tocar a obra."
Revista Espírita - maio, 1901

Marina assinou a redação do jornal até sua morte em 29 de setembro de 1904, então legando o cargo ao filho, Paul Leymarie, que dirigiu a revista até 1915, quando esta teve a circulação brevemente interrompida, voltando em 1916, agora sob a direção do filantropo espírita Jean Meyer, que finalmente em 1918 adquiriu de Paul Leymarie os direitos autorais da publicação.

Além de Paul, o casal Leymarie deu vida a Marie Angèle Jeanne, nascida em 14 de julho de 1864, que foi casada com Louis Joseph Gacon de Cavaignac; o casal deu a Leymarie o neto Jean Pierre.


Túmulo de Leymarie no cemitério do Père Lachaise, Paris


As últimas vontades de Leymarie

Em um manuscrito recuperado pelo Museu Virtual do Espiritismo, o então gravemente enfermo Leymarie deixa expresso suas últimas vontades:

"Paris, 27 de março de 1901
"Aqui estão minhas últimas vontades:
"Eu quero ser enterrado civilmente, mas religiosamente, minha esposa ou meus amigos dizendo orações espiritas sobre meu corpo. — Meu corpo será colocado em um caixão com revestimento de madeira branca, deixado em uma carruagem de última classe, e transportado diretamente para o columbário do Père-Lachaise [cemitério], por ser cremado.
"Agradeço à senhora Leymarie, que foi para mim uma doce e boa providência desde o primeiro dia do nosso casamento, pelos cuidados afetuosos que ela não cessou de me dar; se eu lhe magoei, que ela me perdoe, pois foi contra minha vontade, porque eu a amo e a venero. Que Jean seja [o neto] a sua alegria e as suas consolações.
"Obrigado ao meu filho Paul, à minha filha Jeanne, ao meu genro Sr. Jean Gacon, por suas solicitudes afetuosas durante nossa vida comum. Que Deus os abençoe; que estejam unidos e rodeiem de respeito a Senhora Leymarie, e vão ficar bem.
"Eu lamento que a incineração do meu corpo cause algum problema religioso à minha irmã Emilie e à família do meu irmão Henrique, em Bordeaux; que eles me perdoem esse pequeno desgosto. Eu gosto muito da Emilie.
"Obrigado às pessoas amigas que assistirão à cremação do meu corpo.
"A senhora Leymarie, exceto pela incineração, ficará livre para modificar as cláusulas secundárias, eu não gostaria de lhe causar dificuldades para a minha filha também.
"Feito em Paris, 27 de março de 1901, com toda a vontade.
"P. G. Leymarie"

Manuscrito de Leymarie com suas últimas vontades


Referências

  • Muita Luz (Beaucoup de Lumière), Berthe Fropo - Ebook
  • Ficções e Insinuações: resposta à brochura Muita Luz (Beaucoup de Lumière), Sociedade Científica do Espiritismo - Ebook
  • J.-B. Roustaing diante do Espiritismo: resposta a seus alunos, União Espírita Francesa - Ebook
  • Obras Póstumas, Allan Kardec - Ebook
  • Em Nome de Kardec, Adriano Calsone - Vivaluz Editora, 2015
  • "O caso A Gênese" - Página especial de pesquisa
  • Fanpage CSI do Espiritismo - Facebook
  • Museu Virtual do Espiritismo em AKOL - Allan Kardec Online - site
  • Projeto Allan Kardec, Universidade Federal de Juiz de Fora - site
  • Pierre-Gaëtan Leymarie em Autores Espíritas Clássicos - site
  • Fanpage AKOL: Allan Kardec Online - Facebook
  • Le Monde Invisible, Jules Bois. Paris, 1902 - ebook
  • The Theosophist - magazine of Oriental Philosophic Art, Literature and Occultism - ebook
  • The Teosophist, edição de março de 1883 - ebook
  • "A Livraria Espírita e a Livraria Leymarie: esclarecimentos sobre confusão histórica" em Espiritismo em Movimento Blog
  • Desencarnação de Leymarie na Revue Spirite, maio de 1901 - ebook
  • Item "Leymarie" em Personagens do Espiritismo, Paulo Alves Lucena. São Paulo, FEESP
  • "Centenário de desencarnação de Leymarie" no jornal Reformador, abril de 2001 - FEB
  • Pierre-Gaëtan Leymarie em Mundo Espírita - FEP


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Espírito Verdade
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José Herculano Pires
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